Planejamento Urbano e Qualidade de Vida: Cidades Sustentáveis


Da mesma forma, os arquitetos e arquitetas brasileiras têm participação histórica na luta pela regularização fundiária, o que pode garantir melhores condições de ocupação dos territórios mais vulneráveis a deslizamentos e enchentes. Nesse sentido, cabe ao
arquiteto e urbanista projetar, coordenar e monitorar processos inerentes à
construção de casas, edifícios e demais espaços internos e externos, levando em
consideração suas capacidades de traduzir e compreender as necessidades, funcionalidades
e estética de cada local. Ele também pode realizar paisagismo e desenvolver
projetos relacionados à valorização do patrimônio histórico, cultural e
arquitetônico e à proteção do meio ambiente, sempre com uma visão humanística
sobre a realidade. Em outras palavras, planejar cidades consiste em tomar as melhores decisões que assegurem a manutenção e melhoria da qualidade de vida dos habitantes. Estas decisões podem ser alcançadas através do desenvolvimento de programas, ações, políticas sociais e especialmente ambientais.

A expectativa do PNUMA é que pacotes de recuperação da pandemia melhorem os padrões dos edifícios recém-construídos e impulsionem a renovação dos edifícios existentes, contribuindo para mitigar o aquecimento global. Uma delas é conscientizar os gestores públicos da necessidade da implementação da Lei de Assistência Técnica em Habitação Sociais (ATHIS) em todo país. “Imóveis bem cuidados, iluminados e com obras de arte
fazem com que as pessoas usufruam mais da rua e tragam mais segurança. Afinal,
vai ter mais gente cuidando daquilo”, completa André Nacli, diretor geral da IDEE.

Empreendimentos mais abertos e livres de muros, que apostam na ocupação de calçadas e ruas, promovem bem-estar e segurança.

Entretanto, a carência de critérios objetivos, faz com que ainda seja muito difícil definir de maneira clara como a psicologia ambiental pode ser incorporada aos processos de projeto. Ela ainda está subordinada à sensibilidade dos projetistas, da criatividade e compreensão dos pesquisadores. “Acontece que a psicologia ambiental ainda depende muito de fatores psicológicos e [ou] comportamentais, princípios que difícilmente podem ser traduzidos ou adaptados em soluções específicas de projeto”, diz Alan Hedge, professor do Departamento de Design e Análise Ambiental da Universidade de Cornell.

O Impacto da Arquitetura Urbana na Qualidade de Vida

Como a Arquitetura e Urbanismo transforma o mundo?

O Dia Mundial do Urbanismo, comemorado no dia 8 de novembro, propõe um debate consciente sobre a promoção e criação de soluções de urbanismo, que podem contribuir para uma saudável integração dos elementos de uma comunidade. Entre os temas debatidos estão mobilidade urbana, locais para habitação, soluções de lazer e planejamento de áreas verdes. De acordo com o professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS Flávio Kiefer, planta de casa térrea o Urbanismo é a ciência que estuda os fundamentos que estão por trás das formas que as pessoas encontraram para compartilharem suas vidas em conjunto. Eles fazem parte dos 85% da população urbana brasileira que, segundo Pesquisa DataFolha-CAU Brasil, reforma ou constrói sem arquiteto ou engenheiro. A conjugação dos trabalhos destes profissionais é importante para ampliar nosso campo de trabalho em prol da sociedade.

Determinadas características planejadas a partir da Psicoarquitetura são capazes de induzir sensações de tranquilidade e segurança, fazendo com que as pessoas se sintam bem e relaxadas ou até aumentando a concentração e a produtividade dos usuários em seu ambiente de trabalho. A Neuroarquitetura é a ciência que estuda os impactos do ambiente nas pessoas, sejam em espaços públicos, edifícios, casas, shopping centers ou escolas. O termo neuroarquitetura surgiu a partir de pesquisas e descobertas do neurocientista Fred Gage e do arquiteto John Paul Eberhard que viram que os ambientes têm o poder de transformar certas capacidades e sensações cognitivas do cérebro humano. Na prática, o conceito de Neuroarquitetura tem a capacidade de auxiliar na criação de projetos estratégicos que influenciam positivamente no comportamento das pessoas. O investimento em espaços urbanos convidativos e o estímulo ao uso das ruas, coloca as cidades em movimento e leva melhor qualidade de vida a seus moradores. Em bairros de alta densidade com uso misto, que concentra muitos moradores e uma grande variedade de serviços e comércio disponíveis, as pessoas conseguem realizar boa parte de suas atividades diárias a pé.

“É uma relação pautada na
necessidade de se produzir um espaço urbano mais resiliente e igualitário e,
consequentemente, com maior capacidade de adaptação aos efeitos das mudanças
climáticas. Além da adaptação, projetos arquitetônicos e urbanísticos que
incorporam princípios da sustentabilidade contribuem também para a mitigação
desses efeitos”, ressalta Luiza. A existência de espaços públicos confortáveis e atraentes planta de casas térreas proporciona um melhor aproveitamento da cidade, pois as pessoas se sentem convidadas a utilizar os espaços de convívios. As grandes civilizações da Antiguidade, principalmente as gregas e romanas, já apresentavam precauções no que diz respeito ao planejamento de suas cidades, apesar disso esse tipo de preocupação se desenvolveu de maneira espontânea, sendo realizadas modificações sutis que buscavam a melhorias.

Segundo Thais, estas questões são tratadas separadamente e é muito frequente que a questão ambiental fique em segundo plano. A impermeabilização do solo, a transformação do ambiente para implementar ruas, edificações etc., resulta em fragilidades ambientais. “Problemas de enchentes no período de chuva estão entre os efeitos mais frequentes da falta de planejamento paisagístico. “Isso acontece porque os processos naturais não foram levados em consideração no planejamento”, aponta Thais. Para solucionar uma série de desafios urbanos impostos pela intensa urbanização, grandes teóricos do Novo Urbanismo empenham esforços para a humanização das cidades. Jan Gehl, arquiteto e urbanista dinamarquês e um dos protagonistas dos debates das cidades voltadas para pessoas, afirma que uma cidade ideal deveria permitir e convidar as pessoas a ocupar e permanecer nos espaços públicos.

A importância de espaços públicos de qualidade para a qualidade de vida das pessoas

Além da influência francesa, houve inspirações orientadas para a criação de uma cidade moderna, fruto das discussões a respeito da transferência da capital para o Centro-Oeste em uma tentativa de expandir a interiorização do Brasil. Dentre as décadas de 1970 e 1980 a visão urbanista brasileira estava focada em um plano mais técnico e objetivo construído a partir de dados e sob a lógica racional. As mudanças climáticas acarretadas pelos danos causados pelo ser humano ao meio ambiente, estão hoje no centro das discussões de assuntos a nível global. Por meio delas, catástrofes naturais como grandes tempestades, tem se tornado cada vez mais constantes e intensas. Nesse sentido, é interessante que o Plano Diretor promova um uso misto do solo, a fim de atribuir às edificações as mais diversas opções de serviços e funções.

A arquitetura bioclimática consiste no planejamento de empreendimentos, levando em consideração as condições climáticas para aproveitar os recursos disponíveis na natureza com intuito de minimizar os impactos ambientais e reduzir o consumo energético. A ventilação natural é um princípio básico da arquitetura bioclimática que colabora tanto para a saúde dos usuários quanto para a eficiência energética da edificação. A arquitetura da saúde influencia de forma efetiva e comprovada no prolongamento da vida do indivíduo, e pode ser aplicada tanto em clínicas e hospitais quanto em espaços urbanos e ambientes domésticos. A iniciativa permite projetar ambientes mais saudáveis — como priorizar ventilação e iluminação naturais, bom desempenho acústico, especificação de materiais e mobiliário urbano amigável para as pessoas. Nas cidades com legislação ATHIS, a população de baixa renda tem acesso a projetos e outros serviços dos arquitetos proporcionados gratuitamente por programas habitacionais das Prefeituras.