Prevenção de Abusos Sexuais: A Força do Diálogo e Educação


É preciso superar a visão distorcida sobre a educação sexual, compreendendo-a a partir de fundamentações teóricas e dados e não por meio de informações falsas veiculadas pelas redes sociais. Tornar essas informações fundamentadas acessíveis para todos os públicos possibilitará que entendamos a importância de falar sobre esse tema como uma forma de combater a violência sexual contra crianças e adolescentes. A existência de diversos tabus, preconceitos e a falta de diálogo contribuem para que crianças e adolescentes fiquem vulneráveis sobre o seu corpo e sua sexualidade. Para mudar esse cenário, especialistas na área são enfáticos ao defender a educação sexual na escola como uma ferramenta para possibilitar que os jovens conheçam o próprio corpo, promovendo orientação e proteção. A educação sexual nas escolas é um tema que deve ser tratado com seriedade e responsabilidade, pois é uma das principais ferramentas no combate e prevenção ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.

Diante desses resultados, é importante pensar sobre como ocorre a relação entre o acesso à informação sobre sexualidade e a apropriação da informação pelos jovens. Na atualidade, o fácil acesso à informação e à tecnologia transmite uma percepção de conhecimento muito amplo sobre as diferentes temáticas que nos rodeiam. A partir de uma reflexão mais aprofundada, percebe-se que esse conhecimento é superficial, não dando conta da complexidade dos fenômenos envolvidos na constituição da sexualidade, o que ajuda na compreensão de haver uma pronta resposta da existência de conhecimento sobre os temas. Avançar em um ensino de Educação sexual de maior qualidade nas escolas é, portanto, literalmente caso de vida ou morte. Um dos métodos de abordagem descritos pelos PCN consiste no diálogo sobre a repercussão de notícias a respeito do assunto veiculadas pela mídia, pela família e outras instituições sociais com as quais o educando tem contato.

Dessa forma, na escola a criança pode entender o que está acontecendo, aprender a se proteger, além de ser um canal seguro para denunciar o abuso”, pontua. Em geral, as escolas brasileiras não têm educação sexual como disciplina, muitas vezes nem com pequenos conteúdos em palestras ou ações educativas interdisciplinares. O fato é que a questão hoje ultrapassa o campo educacional e está sendo muito discutida no campo político, isso porque a educação sexual para crianças e adolescentes é vista como um tabu para grande parte dos brasileiros. As oscilações hormonais podem levar a alterações de humor, irritabilidade e, em alguns casos, até mesmo a manifestação de distúrbios emocionais, como a depressão. Assim, é crucial que a sociedade esteja atenta à saúde mental dos adolescentes, proporcionando apoio e recursos necessários para enfrentar esses desafios emocionais.

Como conversar sobre educação sexual com crianças?

Como a educação sexual pode ajudar?

O grande problema é que isso pode contribuir para que crianças e jovens construam uma visão errada sobre vida sexual. As escolas não dão conta de resolver todos os problemas sozinhas — é preciso toda uma rede de proteção. Por isso, converse com as famílias para detalhar como vai funcionar o projeto, quais assuntos serão abordados, e de que maneira. Também mantenha um canal de comunicação aberto para que as famílias possam acessar a coordenadoria ou a direção em caso de dúvidas. Em seguida, é hora de ouvir o território, tentando entender de que maneira o contexto político, social e econômico da área influencia em questões relacionadas à sexualidade, e  quais afetam mais diretamente os estudantes.

Então, qual é o principal objetivo da educação sexual nas escolas?

A sexualidade envolve diversos aspectos da nossa vida, como por exemplo, questões emocionais, sensações corpóreas, razão, afeto, amizade, gênero. Os adolescentes começam a buscar sua identidade, a se afastar da dependência dos pais e a construir novas relações com amigos e colegas. A necessidade de aceitação social e a pressão por se encaixar em padrões estabelecidos podem ser fontes de ansiedade para muitos jovens.

Um dos nossos cursos onlinedebate esse assunto com mais profundidade, desde a importância da educação sexual para cada idade até os aspectos mais importantes para ocorrer uma aprendizagem significativa, trata-se do Curso Online Educação Sexual para Crianças. Ou seja, o foco da educação sexual é compreender os aspectos psicológicos, físicos e comportamentais de tudo o que está relacionado à sexualidade. Além disso, através da educação sexual, os alunos podem compreender melhor a diversidade de gênero na escola. Espero que tenham percebido como é importante abordar esse tema de maneira aberta, divertida e responsável. Afinal, investir em educação sexual de qualidade é garantir um futuro mais saudável, consciente e igualitário para todos nós.

” faz parte do Projeto Crescer Sem Violência, uma parceria entre Childhood Brasil, UNICEF Brasil e Canal Futura com o objetivo de prevenir e enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes. A série pode ser assistida por crianças, adolescentes, famílias ou educadores e aborda questões como a importância da autoproteção, do diálogo aberto e do conhecimento do próprio corpo. A educação sexual é uma das formas mais eficazes de prevenir e enfrentar o abuso sexual contra crianças e adolescentes. É importante que todas essas atividades de educação sexual feitas pela escola sejam comunicadas previamente para as famílias dos alunos. No caso do “semáforo do toque”, por exemplo, “os pais ficaram tranquilos quando viram que nada daquilo despertaria para o sexo, e sim ajudaria na prevenção”, diz a professora Fernanda.

Portanto, intervenções futuras com familiares e professores são necessárias para transversalizar o tema sobre a educação sexual em diferentes contextos e também desmistificar o receio em falar sobre esse assunto. O papel da escola é abrir espaço para que a pluralidade de concepções, valores e crenças sobre a sexualidade possa se expressar. O trabalho de orientação sexual compreende a ação da escola como complementar à educação dada pela família. O professor, mesmo sem perceber, transmite valores com relação à sexualidade no seu trabalho cotidiano, inclusive na forma de responder ou não às questões mais simples trazidas pelos alunos. Afirma-se, portanto, a real necessidade de o educador ter acesso à formação específica para tratar de sexualidade com crianças e jovens na escola, possibilitando a construção de uma postura profissional e consciente no trato desse tema (Nachard, 2011, p. 5). Em muitos casos, os professores receberam sua educação sexual em um período em que a sociedade era carregada de tabus e preconceitos sobre as questões que envolvem o assunto, fazendo com que diversos desses professores nem sempre se sintam seguros e disponíveis para tratar de certos temas.

Para além da abordagem das Ciências Biológicas

“Muitas famílias acreditam que a educação sexual vai motivar o interesse das crianças sobre sexo, porém as pesquisas apontam que a realidade é totalmente contrária. Quando crianças e adolescentes têm acesso a conteúdos adequados, é possível minimizar a curiosidade e elas iniciam a vida sexual mais tarde. Para que a educação sexual seja uma realidade nas escolas é necessário primeiro cuidar da formação docente e, na sequência, trazer os pais para perto”, completa a pedagoga. Como alternativa de enfrentamento, considera-se importante fomentar uma nova abordagem por parte dos professores e também uma maior aproximação das famílias. Dessa forma, o desafio é encorajar e dar subsídios aos professores e familiares para a abertura de espaços em que possam ouvir as dúvidas e formas de pensar dos adolescentes, despojando-se da necessidade de serem prescritivos e normativos em relação às condutas dos jovens.

Essas mentiras não protegem nossas crianças e não ajudam no combate e prevenção ao abuso sexual. É nítido ver que as argumentações e informações sobre o tema não são tratadas com a devida transparência. Falta diálogo claro, sério e responsável, pois esse é o único caminho possível para discutirmos esse assunto.

É importante mencionar que muitos jovens não sabiam sobre o uso correto dos preservativos. Durante o bloco de IST e HIV/aids, apresentou-se um vídeo aprovado pelo Ministério da Saúde. Esse audiovisual (Rocha & Pizzinato, 2015) consiste em um recorte das principais barreiras psicossociais que impedem as pessoas de procurarem um serviço de saúde para a identificação do seu estado sorológico. Também apresenta as facilidades encontradas nos serviços de saúde e onde as pessoas podem realizar os testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites Virais.

Ensiná-la, por sua vez, pode ser um desafio se você não souber por onde começar, como abordar Xvideos o tema ou mesmo o que ensinar. Felizmente, há diversas formas de ensinar educação sexual para crianças, adolescentes e até mesmo adultos. Todavia, esta relação entre sexo e sexualidade é resultado de uma educação que ainda prioriza o corpo como um aparato puramente biológico. A abordagem fisiológica produz um tom de neutralidade e cientificidade sobre a complexidade de temas que, uma vez debatidos, podem desestabilizar tanto educadores como familiares. O tabu, que ainda envolve a sexualidade e a crença de que falar sobre o tema estimula a curiosidade e antecipa práticas sexuais, podem ser alguns dos aspectos relacionados ao desconforto em lidar com a temática.