Na medida em que se sentem inteligentes e capazes, elas apresentam interesse em continuar aprendendo. O aluno com deficiência intelectual e/ou múltipla que apresentar rebaixamento da sua autoestima pode ter no lúdico um importante aliado para auxiliar no regaste dela; assim, o lúdico é a via de ensino em que o ambiente proporcionado cria condições de igualdade. Podemos perceber que o jogo educativo é um recurso que pode ser bastante produtivo; contudo, não adianta possuir o melhor jogo educativo se o professor não souber estimular as crianças, tornar a sua utilização significativa e participar dos jogos e brincadeiras propostos. Para o jogo ser realmente eficiente o professor tem que participar durante o desenvolvimento da atividade lúdica; deve ocorrer a mediação entre a atividade lúdica e o aprendizado que ela trará.
Qual o papel da família no letramento científico dos alunos?
[…] seria importante que pensassem que primeiro o professor tem que saber o que fazer, para depois ensinar. […] nos falta formação, é difícil participar de curso para entender os estudantes adultos, principalmente para nós, professores temporários. Cabe destacar, ainda, a observância de que os estudantes não frequentam esse atendimento com regularidade, por questões comprar graduação que decorrem da vida adulta e não coadunam com o AEE que é disponibilizado à EJA, às demandas de estudantes e professores (LEITE, 2020; LEITE; CAMPOS, 2018; NASCIMENTO, 2017; TRENTIN, 2018). […] a diferença está apenas no fato de que uma criança normal utiliza racionalmente suas funções naturais e, quanto mais progride, mais é capaz de imaginar dispositivos culturais apropriados para ajudar sua memória.
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O caso em estudo é sobre aprendizagem escolar dos estudantes com deficiência intelectual, discutido a partir da perspectiva dos estudantes com deficiência intelectual e dos professores que atuam nesse Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos. Dos cinco alunos com deficiência intelectual, matriculados na EJA, três concordaram em participar da pesquisa. Quanto às etapas de escolarização, um estava frequentando os anos finais do Ensino Fundamental e dois estavam no Ensino Médio. Assim sendo, o exposto evidencia que buscar a compreensão da aprendizagem escolar de jovens e adultos com deficiência intelectual é fundamental para se avançar na produção de conhecimentos sobre a aprendizagem e nas oportunidades para o desenvolvimento social e o trabalho de jovens e adultos com deficiência intelectual.
Importante saber:
Por conseguinte, quando não se acredita na capacidade de aprender das pessoas com deficiência não lhe são oportunizadas as condições para superar suas dificuldades. Por isso essas pessoas são condenadas aos limites impostos pela deficiência, sendo estes tomados como determinantes independentemente das condições educativas de que se dispõe. O que se observa é que a escola ainda é um espaço formal, pois conserva em seu arcabouço metodológico e de proposta curricular atividades mais formais, como as de cunho curricular acadêmico voltadas para a didática de recursos impressos e audiovisuais. No caso da inserção do lúdico, este cria outras possibilidades de aprender com prazer, desenvolve melhor a fantasia e o imaginário de forma natural, de viabilidade para narrativas de experiências que podem ser bem pessoais e próximas da sua realidade, de sua história e saberes. Davýdov (1982), ao discorrer sobre os elementos essenciais para o desenvolvimento da potencialidade do sujeito, afirma que ela se inicia pela apropriação dos conhecimentos teóricos, representados nas inter-relações entre o interno e o externo, entre a totalidade e a aparência, entre o original e o derivado.
A maioria dos participantes do projeto, relatou vontade de continuar com as aulas virtuais após o final da pandemia, mesmo com os problemas de delay, reverberação, quedas de internet o que muito dificultou a apreciação musical do grupo. Novas formas de ensinar e aprender aumentam a diversidade das maneiras pelas quais se transmite música e inclusão. E o mais importante durante a realização desse projeto de forma virtual foi o “fazer música”.
Ainda que a escola não tenha espaço suficiente para recreação, existem diversas brincadeiras que podem ser adaptadas de acordo com a realidade da instituição.Assim, sugere-se que o professor inclua em seu planejamento atividades lúdicas, pois as brincadeiras com regras, trocas geram conquistas, cognitivas, sociais e emocionais. Por isso, em qualquer atividade realizada com crianças pequenas, os jogos deveriam estar presentes (SANTOS, 1999, p. 44). Considerando alguns princípios da Psicologia Histórico-Cultural como instrumental para abordar o trato com pessoas com deficiência, tomou-se como norte que existem impactos da estrutura orgânica sob o comportamento do sujeito. Todavia, essa é uma condição a ser refletida e superada por práticas sociais sistematizadas. Dessa forma, foram promovidas atividades com o intuito de ampliar a qualidade das interações mantidas pelos adolescentes. A partir da mediação estabelecida com os adolescentes, que considerou o desenvolvimento real, isto é, aspectos cognitivos, sensoriais, linguagem, preferências e outras particularidades de G e J, foi possível estabelecer relações sociais que os motivaram a permanecer nas tarefas e buscar recursos pessoais para superar os desafios postos pelas exigências contextuais.
Alunos com habilidades cognitivas bem desenvolvidas tendem a apresentar melhor rendimento escolar, pois conseguem processar informações de maneira mais eficaz e adaptar-se a diferentes estilos de aprendizagem. O local escolhido para o estudo foi um Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, no Estado do Paraná, uma escola que atende, especificamente, jovens, adultos e idosos, nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio da EJA. No período de realização da pesquisa, que compreendeu o segundo semestre do ano letivo de 2021, havia um total de 453 alunos frequentando os turnos vespertino e noturno e 30 professores atuando nos diferentes componentes curriculares. A escola tem por obrigação proporcionar a seus alunos acesso ao conhecimento e a leitura, que apresenta sem dúvida algum lugar de grande destaque.
Por outro lado, reconhecer nossas limitações nos permite buscar ajuda e desenvolver habilidades que precisamos melhorar. No aspecto intelectual, buscar conhecimento, cultivar a mente crítica e manter-se aberto ao aprendizado contínuo são fundamentais. Isso pode envolver a busca por educação formal, leitura de obras clássicas e contemporâneas, engajamento em debates construtivos e a prática da reflexão profunda sobre questões complexas. Desenvolver a capacidade de pensar de forma independente e analítica é essencial para o crescimento intelectual.
Desta forma, conclui-se que é de suma importância a prática da leitura, pois desenvolve ao individuo aspectos críticos de conscientização e memorização mecânica daquilo que foi lido, e não torná-los meramente dependentes de textos construindo para simplesmente responder perguntas. Ser leitor é querer saber o que se passa na cabeça de outro, para compreender melhor o que se passa na nossa. Essa atitude, no entanto, implica a possibilidade de distanciar-se do fato, para ter dele uma visão de cima, evidenciando um aumento do poder sobre o mundo e sobre si por meio desse esforço teórico. Ao mesmo tempo, implica o sentimento de pertencer a uma comunidade de preocupações que, mais que um destinatário, nos faz textos, seja um manual de instruções, seja um romance, um texto teórico ou um poema.
Apesar da relevância do tema, o desenvolvimento da aprendizagem escolar, em estudantes, jovens e adultos com deficiência intelectual, é uma questão pouco explorada pelos estudos científicos sobre a inclusão na EJA. Bueno e Oliveira (2022) realizaram levantamento sobre o AEE e a aprendizagem escolar de jovens e adultos com deficiência intelectual, no banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no período compreendido entre 2008, ano de implantação da Política Nacional de Educação Especial até o ano de 2020. Assim, a qualidade do ensino ofertado pela escola está atrelada à sua contribuição para o desenvolvimento dos estudantes, ou seja, a instrução escolar deve se dirigir às funções psicológicas superiores. Essa dimensão prospectiva do desenvolvimento psicológico remete ao entendimento da importância da mediação do professor em sala de aula e dos parceiros mais experientes na apropriação dos saberes, partindo das aprendizagens já consolidadas para construir o caminho das que ainda estão em vias de construção.
Na Educação Infantil e nos Anos Iniciais, o desenvolvimento intelectual é estimulado por meio de brincadeiras, jogos e atividades lúdicas que promovem a exploração e a descoberta. Sinto falta de maior apoio do professor especializado para me ajudar em sala de aula com as atividades que demandam orientações individualizadas. O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, em questão, conta com AEE realizado na Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), Tipo I na EJA, nas áreas de deficiência intelectual, deficiência física, neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento e transtornos funcionais específicos, com funcionamento nos turnos vespertino e noturno. No momento da pesquisa, contava com 13 alunos, entre os quais cinco são alunos com deficiência intelectual.
Este artigo oferece uma síntese do estudo, apresentado em maio de 2014 ao CNE (Conselho Nacional de Educação – MEC), acerca do resgate do desenvolvimento de habilidades socioemocionais como intencionalidade nas práticas pedagógicas no Brasil2. Este estudo, encomendado à UNESCO em 2013, teve como objetivo subsidiar a elaboração de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais nas instituições escolares. Assim, fica subentendida que a ação pedagógica deve focar nas funções psicológicas superiores, não simplesmente no treinamento das funções sensoriais e motoras, as quais correspondem às funções psicológicas elementares, de origem orgânica.